- Por Cristiane Jungblut, O Globo - Ato no Congresso exigiu mudança no reajuste de faixa acima do mínimo
Representantes das centrais sindicais e de entidades ligadas aos aposentados fizeram mais uma mobilização, segunda-feira no Congresso, cobrando dos parlamentares a aprovação no Orçamento da União de 2012 de um aumento real (acima da inflação) para aposentadorias acima do mínimo, a partir de janeiro.Aposentados que ganham benefícios acima do piso (salário mínimo) querem reajuste de 11,7%, que seria a inflação de 2011, mais 80% do PIB registrado em 2010.Pela lei, essa faixa de aposentados ganharia apenas a inflação medida pelo INPC, sem ganho real. O governo já avisou, por meio de ministros, que é contra a concessão desse reajuste acima da inflação.
Integrantes da Comissão Mista de Orçamento discutem as reivindicações. foto Reinaldo Ferrigno/Ag.Câmara.
Os sindicalistas se reuniram com o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Mais tarde, o relator do Orçamento de 2012, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi informado da reivindicação. Nesta terça-feira, os aposentados fazem nova manifestação em Brasília.
Segundo Vital do Rêgo, o aumento de 11,7% custaria mais R$ 8 bilhões ao INSS — conta que o governo não pode pagar, como reafirmou sexta-feira a ministra Miriam Belchior (Planejamento).
Hoje, cerca de 9 milhões de aposentados recebem benefícios acima de um mínimo. A maioria, cerca de 20 milhões, recebe o chamado piso previdenciário. Em janeiro de 2012, o mínimo deve ser reajustado entre 13% e 14%, levando em conta a inflação mais 100% do PIB de 2010.
Na saída do encontro, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira (PDT-SP), disse que considerou um "avanço" o relator Arlindo Chinaglia ter criado no Orçamento de 2012 uma brecha para, no futuro, garantir o reajuste.
Em seu relatório preliminar, como antecipou O Globo, Chinaglia previu que poderá destinar recursos para diversas áreas, inclusive para "revisão de benefícios previdenciários e de aposentados".
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