- Do Estadão -Direção nacional defende união em Curitiba com Gustavo Fruet, hoje no PDT, em troca de aliança pelo governo estadual
Uma aliança com um desafeto do PT no ano que vem faz parte da estratégia para fortalecer a candidatura da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) ao governo do Paraná em 2014. Apesar de causar desconforto dentro do partido, o comando petista admite apoiar a candidatura à Prefeitura de Curitiba do ex-deputado tucano Gustavo Fruet, hoje no PDT.
A possibilidade "causa urticária" a setores do PT, segundo um integrante da sigla, mas ganha força na cúpula petista. Fruet foi sub-relator da CPI dos Correios, que desaguou na revelação do escândalo do Mensalão, em 2005. No Congresso, o então tucano foi um dos principais porta-vozes das denúncias contra petistas envolvidos no esquema de caixa dois nas campanhas eleitorais petistas.
O acordo tem como objetivo impedir a reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB), que é apoiado pelo governador Beto Richa (PSDB)- seu antecessor em Curitiba. A estratégia petista abrange esvaziar o poder dos tucanos na capital e cobrar do PDT um palanque sólido para Gleisi em 2014, na disputa pelo governo paranaense contra a reeleição de Richa.
A proposta desagrada principalmente aos deputados Angelo Vanhoni e Dr. Rosinha, dois pré-candidatos do PT à prefeitura.
Capitais. Seja para fortalecer a base aliada da presidente Dilma Rousseff ou para garantir alianças nas eleições estaduais, a direção petista admite abrir mão de cabeças de chapa em até 12 das 26 capitais. Além de Rio, Curitiba, Manaus e Vitória, há negociações em Belo Horizonte, João Pessoa, Natal, Maceió, Teresina, Palmas, Cuiabá e Florianópolis.
Além do PDT, que pode receber apoio petista em até 11 cidades estratégicas, um dos aliados mais constantes é o PSB, com o mesmo número de alianças em discussão. Há planos do PT para apoiar a reeleição de dois prefeitos socialistas: Luciano Agra em João Pessoa e Márcio Lacerda em Belo Horizonte.