- Por Celso Fernandes - Em reunião “secreta” na tarde de quinta-feira (26), o Conselho Nacional de Justiça rejeitou o parecer do promotor Gilberto Valente Martins, integrante do CNJ, determinando o cancelamento de licitação que gerou contrato de R$ 68,6 milhões com o consórcio de empresas de informática CDS/NTC, ligadas à multinacional Oracle. Segundo nota divulgada há pouco pelo CNJ,
os membros do Conselho “declaram não ter dúvidas em relação à legalidade e/ou regularidade do processo licitatório”, que foi colocado sob suspeita desde que o diretor de Informática do CNJ, Declieux Dantas, foi demitido por discordar da compra, que considerou desnecessária.
A licitação foi realizada e concluída em apenas nove dias, um recorde. O CNJ só não explicou por que, se tudo foi correto, os vencedores da licitação tentaram subornar jornalistas da rádio BandNews FM para cessarem as críticas ao negócio. O assédio foi gravado. A diretora-geral Helena Azuma também teria sido afastada do CNJ pelo mesmo motivo. Um projeto da diretoria de Dantas para ampliar a base de dados do CNJ foi estimado em R$ 5 milhões, mas, com a licitação, acabou custando R$ 68,6 milhões.
Quando a rádio BandNews FM começaram a divulgar informações questionando a licitação, um "consultor" procurou um repórter da emissora com proposta de suborno para calar as críticas.Após ser denunciado publicamente, Geraldo Tavares Jr, o "consultor", foi desautorizado pelo escritório de advocacia e pela empresa NTC, vencedora da licitação. Mas é pouco provável que a proposta obscena fosse apresentada sem que o portador estivesse autorizado.