- Da Folha.Uol -
Em depoimento à CPI do Cachoeira, o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) admitiu que nomeou pessoas indicadas por Wladimir Garcez e pelo senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Segundo a Polícia Federal, os dois atuavam como operadores políticos do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de comandar um esquema de corrupção de agentes públicos e privados.
Marconi Perillo (à esq.) durante depoimento na CPI do Cachoeira, no Senado Federal. Foto: Sérgio Lima/Folhapress.
Perillo negou, porém, que tenha atendido a demandas de Cachoeira. As investigações da PF, que basearam a CPI, indicam o contrário.
"O Wladimir fez pedidos pessoais dele na condição de político e vereador. Às vezes, a pessoa leva uma centena de pedidos e você atende um. Não sei quanto o Wladimir levou, mas atendemos poucos", contou.
"O Demóstenes sugeriu para o primeiro escalão o suplente dele e outros nomes de pessoas qualificadas que foram nomeadas", reiterou
Em seu depoimento à CPI, porém, Garcez disse que fez indicações para o governo, mas "nenhuma foi aceita".
A primeira parte do depoimento de Perillo está sendo toda tomada por perguntas do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). O petista tem evitado ataques ao governador, se concentrando nas perguntas.
Cunha já foi chamado por um colega de "tigrão", pela forma agressiva com que se referia a Perillo numa reunião anterior da CPI.
Veja um dos cheques recebidos pela venda da casa de Perillo
Durante a CPI, foi apresentado o primeiro dos três cheques, no valor de R$ 500 mil, recebido pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na venda de uma casa em Goiânia.Segundo a PF, a casa foi comprada por Cachoeira, que estava no imóvel quando foi preso no fim de fevereiro.
O cheque é da Excitant Ind. e Comércio, empresa que pertenceria segundo as investigações a uma cunhada de Cachoeira.
No depoimento, Perillo disse que tratou da venda com o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez que, por sua vez, teria pedido dinheiro aos “patrões”. O combinado foi R$ 1,4 milhão em três parcelas, pagas em cheques em março, abril e maio.