Brasilienses e goianos fazem fila na inauguração do Outlet Premium Brasília, em Alexânia
Os preços são até 80% mais baratos, mas a falta de linhas telefônicas e internet frustam comerciantes e clientes. Esse é o segundo empreendimento do tipo no país.
Lojas abarrotadas de consumidores, filas nas portas dos estabelecimentos
e nos caixas, disputa por produtos e araras vazias.
Assim foi o primeiro dia de funcionamento do Outlet Premium Brasília, localizado no município goiano de Alexânia, a 60 quilômetros do Distrito Federal. O estacionamento com 2 mil vagas ficou pequeno para acomodar carros e vans que levaram as mais de 30 mil pessoas para conhecer o novo centro comercial.
As modelos Verônica Motter, Patrícia Rodrigues, Linda Marques, Jade Loyola, Michelle Azevedo, Daiane Oliveira trabalharam na abertura e,
depois, foram às compras e gastaram parte do cachê. Foto: Monique Renne/CB-DA Press.
Ávidos pela promessa de comprar produtos com até 80% de descontos, os consumidores da capital do federal e de cidades goianas, como Goiânia e Anápolis, começaram a formar uma fila de veículos nos portões de acesso do outlet às 7h40. Para organizar o trânsito na região, equipes da Polícia Rodoviária Federal fizeram um plantão nos dois sentidos da BR-060 e os funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pintaram os quebra-molas instalados nas pistas.
FrustraçãoA primeira ideia que temos de outlet é preços baixos, bem baixos. Em se tratando de Brasil, sabemos que quando o valor é baixo, o santo desconfia da qualidade.
Pois a impressão sobre o Outlet Premium Brasília, inaugurado nesta quinta-feira (19) em Alexânia (GO), a 70 km da capital, foi exatamente esta: sim, as peças são mais baratas que as do shopping, mas não há grandes pechinchas. Quem vai com esse pensamento pode se frustrar.
No dia da inauguração, algumas lojas tinham filas na porta. É o caso da Nike Factory, Lacoste e Aramis. Clientes chegavam a esperar 1h30 para entrar nos estabelecimentos.
Segundo consumidores, os preços estavam, em média, 30% mais baratos que o preço normal cobrado no shopping. “Eu esperava um preço bem menor, de outlet mesmo, mas para padrões brasileiros está bom”, disse Felipe Almeida, de 35 anos, que saiu da loja da Nike com sete sacolas.
“Não era tão barato quanto eu esperava”, disse a cliente Nair Henrique, que comprou presentes para o marido na Aramis.
A Lacoste, inclusive, perdeu muitas vendas no dia da inauguração. Por problemas técnicos, a loja não estava passando cartão e só aceitava cheque pré-aprovado ou dinheiro. As lojas Shoulder (roupas femininas) e M.Martan (cama, mesa e banho) estavam lotadas e vendiam itens até pela metade do preço normal.
Na contramão da proposta do lugar, a loja Estoque – que vende grifes como John John, Bo.Bô e Le Lis Blanc – estavam vendendo produtos pelo mesmo preço ou mais caros do que os cobrados em shoppings. É o caso da Le Lis Blanc Casa, onde o preço médio das capas de almofadas superava os R$ 170. No shopping, é possível encontrar por R$ 139.
Segundo Alexandre Dias, o desconto era dado na boca do caixa, assim que o cliente fosse pagar o produto. Isso aconteceu porque nem todas as lojas estavam totalmente preparadas para o primeiro dia e que a situação deve se normalizar ao longo deste e do próximo mês.
Algumas lojas de marcas famosas – como Animale, Calvin Klein e Sunglass Hut – estavam de portas fechadas, para frustração dos consumidores. “Essas lojas devem estar completamente instaladas até o final do mês”, garantiu o diretor de marketing e varejo da empresa responsável pelo empreendimento, Alexandre Dias. Depois de pronto, o local terá mais de 80 lojas nacionais e internacionais. A ideia é receber 4 milhões de pessoas por ano, segundo cálculos de Dias.
O empreendimento é o segundo do tipo no Brasil. O primeiro foi construído em 2009 em Itupeva, São Paulo. A promessa é de que sejam vendidas peças de coleções passadas com até 80% de desconto. “As lojas maiores, de marcas mais consolidadas no mercado, têm mais condições de oferecer preços menores. Além disso, por ser um local a céu aberto, não gastamos tanto com iluminação nem circulação de ar, o que diminui o preço do lojista em 70%”, explicou Dias.
EspaçoA praça de alimentação fica no prédio bem no meio do complexo – são 9 blocos no total. Por enquanto, só dois restaurantes estavam funcionando, mas a promessa é que novos vão abrir ainda este mês. Há banheiros e bancos para sentar espalhados por todos os 16,5 mil m² do outlet. O lugar é ao ar livre – o que torna a experiência mais agradável e diferente dos encarcerados shoppings centers. O estacionamento é amplo, e há áreas diferentes e mais próximas para aqueles que têm necessidades especiais.
- Do Correio Braziliense, com informações do Terra -