- Da Agência Brasil -
A venda dos lotes 1E0712 da mortadela da marca Estrela e 300437 do milho verde em conserva da marca Quero foi proibida nesta quinta-feira (23/08), pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
A Vigilância Sanitária encaminhou os produtos para análise no Instituto Adolf Lutz, em São Paulo, para averiguar se eles estão contaminados com a
bactéria Clostridium botulinum, que causa o botulismo.
No domingo (19), quatro pessoas da mesma família foram internados em Santa Fé do Sul (SP), na região de São José do Rio Preto, com suspeita de botulismo, apresentando diarreia, vômito, dificuldade para andar e visão dupla. Foi necessária uma grande operação, com o apoio de um helicóptero da Polícia Militar (PM), para levar, da capital até Santa Fé do Sul, o soro de combate à intoxicação. Todos continuam internados e o estado de saúde é estável.
A bactéria que causa o botulismo, que normalmente está no solo, também pode ser encontrada em alimentos mal conservados, principalmente nos enlatados e embutidos. O último registro da doença no estado de São Paulo foi em 2009. Desde o ano de 1997, quando a doença passou a ser de notificação compulsória, o estado registrou 22 casos com cinco mortes.
“Ela pode produzir danos graves nos nervos e músculos. Ela [bactéria] tem uma ação no sistema nervoso central, por isso a rapidez dos sintomas. Em poucas horas, pode levar à morte, porque vai dificultando a respiração e vai tendo uma lesão muscular progressiva. Começa às vezes com uma tontura, com uma visão dupla, com dificuldade para respirar, com dificuldade para engolir, queda da pálpebra”, alertou a diretora do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, Maria Cristina Megid.
A interdição dos lotes vale, pelo menos, até a conclusão das análises das amostras dos produtos recolhidas e encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz. A Secretaria de Saúde orienta as pessoas a não consumir alimentos enlatados cujas embalagens estejam danificadas.
Também aconselha a ferver os alimentos industrializados por pelo menos cinco minutos, antes de consumir.Procurada pela reportagem, a fabricante da mortadela, a Alimentos Estrela, disse, por meio do presidente do seu conselho, Vadão Gomes, que não há possibilidade de o produto ter saído da linha de produção contaminado. A mortadela consumida, segundo ele, foi fabricada no dia 16 de julho e pode ter sido mal acondicionada pela família.
Além disso, segundo Gomes, a empresa distribui a mortadela ao país inteiro e não houve constatação de nenhum outro caso de suspeita de botulismo. Ele ressaltou ainda que já foi feita uma análise interna e o resultado para o botulismo foi negativo. Mesmo assim, a empresa realizou o recall do lote da mortadela.