O deputado Genecias Noronha (PMDB-CE), parlamentar de primeiro mandato e legítimo representante do “baixo clero”, encabeça uma comitiva de insatisfeitos da base aliada que pediu uma audiência com o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos.
Os insurgentes deverão ser recebidos por Eduardo Campos no Palácio das Princesas, sede do governo. pernambucano, logo depois da Semana Santa.
O grupo quer ouvir do próprio Campos se ele será mesmo candidato a presidente da República.
O mote do encontro é a insatisfação com o governo Dilma Rousseff. O peemedebista contabiliza 20 ou 30 deputados de vários partidos da base aliada, ressentidos com o tratamento que recebem do governo petista. Noronha afirma que o governo paga com ingratidão a lealdade da base aliada nas votações de seu interesse.
“Somos base, mas recebemos tratamento de oposição.” Ele observa que no ano passado, deputados da base governista tiveram o mesmo valor de emendas empenhadas que a oposição. “Votamos com o governo, e o que ganhamos em troca? O governo só paparica os líderes. A turma está cansada, daqui a pouco vai explodir”, avisa.
O chamado “baixo clero”, do qual fazem parte Noronha e seu grupo de rebelados, forma a grande maioria da Câmara. Eles não têm cargos ou outras vantagens, não são recebidos por ministros e não têm trânsito no Planalto – prerrogativas reservadas aos líderes e vice-líderes partidários.
Mas por que recorrer ao presidenciável do PSB? “Campos é mais político, mais atencioso. Sabe ouvir”, diz o peemedebista. No fundo, há outra explicação. Essa dissidência vê na possível candidatura de Campos uma chance de expurgar o PT do poder, sem ter de migrar para siglas da oposição. Avaliam que a oposição não tem votos.
- Por João Bosco Rabelo, do Estadão -