- Do G1 -
Queda de helicóptero mata oito pessoas em Goiás, diz polícia
Entre as vítimas, está o principal suspeito da chacina em Doverlândia.
Cinco delegados e dois peritos participavam da reconstituição das mortes.
A Polícia Civil confirmou, na noite desta terça-feira (8), a morte dos oito ocupantes do helicóptero que caiu durante esta tarde a 35 quilômetros de Piranhas, no sudoeste de Goiás. A aeronave transportava para Goiânia os participantes da reconstituição da chacina que aconteceu no último dia 28 e deixou sete vítimas na cidade de Doverlândia.
Aparecido de Souza Alves, o suspeito da chacina em Doverlândia no momento que embarcava no helicóptero acidentado.
Foto: Benedito Braga/Jornal Hoje/AE.
A Secretaria de Segurança de Goiás confirmou que não houve sobreviventes da queda do helicóptero que ajudava na reconstituição da chacina de Doverlândia (GO).
Além de delegados e peritos, o suspeito de degolar sete pessoas, Aparecido Souza Alves, de 22 anos, morreram no acidente. A Secretaria da
Segurança Pública e Justiça de Goiás divulgou os nomes dos oito mortos:
1. Antônio Gonçalves Pereira dos Santos - Delegado de Polícia - Superintendente de Polícia Judiciária da PC de Goiás2. Bruno Rosa Carneiro - Delegado de Polícia - chefe-adjunto do Grupo Aeropolicial3. Osvalmir Carrasco Melati - Delegado de Polícia - Chefe do Grupo Aeropolicial4. Jorge Moreira da Silva - Delegado de Polícia - Titular da Delegacia Estadual de Roubos e Furtos de Carga5. Vinícius Batista da Silva - Delegado de Polícia de Iporá6. Marcel de Paula Oliveira - Perito Criminal - cidade de Iporá7. Fabiano de Paula Silva - Perito Criminal - cidade de Quirinópolis8. Aparecido de Souza Alves - Suspeito de ter cometido os crimes na chacinaAs oito pessoas embarcaram no voo hoje (8/5), rumo a Goiânia, depois da conclusão dos trabalhos de reconstituição da chacina. Foram encaminhadas para o local equipes de policiais, bombeiros militares e peritos.
Assista as matérias da TV Anhanguera:
ENTENDA O CASOSete pessoas morreram no último 28/4, degoladas na propriedade rural Nossa Senhora Aparecida, em
Doverlândia, cidade goiana a cerca de 400km da capital. As primeiras vítimas, segundo as apurações da polícia, foram o dono da fazenda, Lázaro de Oliveira Costa, 57 anos, e o filho dele, Leopoldo Rocha Costa, 22. Ambos teriam sido assassinados no sábado (28/4), dentro da fazenda, e seus corpos colocados no banheiro da casa.
Parte da apuração da polícia estava baseada nos relatos da única testemunha que conseguiu escapar da chacina, um garoto de 14 anos, filho do vaqueiro. Ele não acompanhou os visitantes porque teria ido separar uma briga entre cavalos. O dono do terreno foi a única pessoa a receber duas facadas no peito, além de profundos golpes no pescoço, como as demais vítimas.
ReconstituiçãoA Polícia Civil de Goiás retomou, na manhã desta terça-feira, a reconstituição da chacina. O crime aconteceu no dia 28 de abril, em uma fazenda onde sete pessoas morreram degoladas.
O superintendente da Polícia Judiciária em Goiás, o delegado Antônio Gonçalves, e o delegado de Doverlândia, Vinícius da Silva, estavam responsáveis por conduzir o segundo dia dos trabalhos de reprodução simulada dos fatos. Na primeira parte da reconstituição, realizada na última quinta-feira (3) com a coordenação da delegada-geral de Polícia Civil, Adriana Accorsi, os investigadores teatralizaram, com ajuda de dublês, as duas primeiras mortes: do proprietário da fazenda e do filho dele, mortos dentro da casa.
Nesta terça, a polícia decidiu usar manequins para representar as cinco vítimas mortas na área externa da propriedade. Segundo Antônio Gonçalves, o mudança tem como objetivo facilitar os trabalhos. "Nestas cenas, os corpos serão arrastados no pasto. Com manequins fica mais fácil", explicou o delegado.
O helicóptero da Polícia Civil aguardando momentos antes de decolar para o acidente.
SuspeitoAssim como no primeiro dia da reconstituição, o principal suspeito do crime, Aparecido Souza Alves, 22 anos, foi a Doverlândia acompanhar os trabalhos. "Ele vai falando o que aconteceu, enquanto os peritos vão encenando, filmando e fotografando", detalha Gonçalves. Segundo ele, como não há nenhuma testemunha visual dos fatos, essa é uma importante prova técnica para desvendar o caso.
Aparecido, que confessou ser o autor da chacina, chegou a dizer que matou as sete vítimas sozinho. Mas, durante o primeiro dia da reconstituição, disse ter tido ajuda no pai durantes as execuções. A hipótese, apesar de ainda estar sendo investigada, é considerada "difícil", pela polícia. "O pai dele alega que esteve em uma cooperativa até as 15h. Ele teria que ter andado 15 quilômetros a pé em menos de uma hora para estar na fazenda na hora em que o crime começou", disse o superintendente na segunda-feira (7).
No mesmo dia, Aparecido passou por novos exames psicólogos. O objetivo era traçar o perfil psicológico do suspeito, que já havia mudado a versão dos fatos por diversas vezes, tanto sobre a participação de pessoas quanto à motivação. A única certeza da polícia era que o jovem cometeu os crimes, pois com ele a polícia encontrou o celular de uma das vítimas, roupas sujas de terra e de sangue, além dele ter deixado na casa do pai duas armas, uma delas roubada na fazenda.
VítimasNo último dia 28 de abril, sete pessoas foram degoladas em uma fazenda na zona rural de Doverlândia. Morreram o dono da fazenda e o filho dele, um caseiro da propriedade e dois casais que haviam ido visitar o fazendeiro. Três pessoas estão presas. Segundo a polícia, eles foram ouvidos e negaram participação no crime.