Moeda norte-americana fechou em queda de 0,83%, cotada a R$ 1,9848
Analistas acreditam que o BC quer manter moeda abaixo de R$ 2.
O dólar fechou em queda e abaixo de R$ 2 nesta terça-feira (29), alcançando o menor valor desde maio do ano passado. Com a queda, a moeda rompe o piso da banda cambial informal que havia sido determinada ao mercado pelo governo, entre R$ 2 e R$ 2,10.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,83%, cotada a R$ 1,9848. É o menor valor desde 28 de maio de 2012, quando a moeda terminou em R$ 1,9833.
Para analistas, a queda do dólar é um sinal de que preocupações com a inflação começam a superar a promessa do governo de estimular as exportações. Em novembro, falando a uma plateia de empresários, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado que "o dólar acima de R$ 2 veio para ficar".
Durante a maior parte do ano passado, o BC interveio no mercado cambial para impulsionar as cotações do dólar, beneficiando os exportadores, que têm a maior parte de seus custos em reais e receitas em moeda estrangeira.
Nova bandaInicialmente, o Banco Central impôs ao mercado uma banda informal de R$ 2 a R$ 2,10 por dólar. No final do ano passado, quando as pressões inflacionárias aumentaram, no entanto, o teto da banda foi reduzido para R$ 2,05.
Analistas agora acreditam que o BC quer manter o dólar em torno de R$ 2, permitindo que ele caia abaixo deste nível se necessário para baixar o custo de produtos importados, de forma a ajudar no combate à inflação.
"Nós achamos que o dólar possa cair até R$ 1,95 ou R$ 1,90, com o Banco Central planejando usar o câmbio para controlar as expectativas de inflação", escreveram os analistas do Citibank em relatório.
O mais recente ajuste da banda cambial começou na sessão anterior, quando o dólar despencou 1,51% para R$ 2,0014 na venda, depois que o Banco Central decidiu rolar uma série de swaps cambiais tradicionais que vencem em 1º de fevereiro.
A rolagem foi interpretada como um sinal verde para a queda da moeda norte-americana porque estes contratos de swap tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, foram oferecidos no momento em que o dólar já recuava ante o real.
- Do G1, com informações da Reuters -