- Do G1 SP/EPTV - Vereadores aprovam afastamento de Silvio Félix (PDT) por três meses
Prefeito precisa ser notificado da decisão para prazo começar a valer.
A Câmara de Vereadores de Limeira, no interior de São Paulo, aprovou na noite desta segunda-feira (28), por unanimidade, o afastamento temporário do prefeito Sílvio Félix (PDT) e a criação de uma Comissão Processante para investigá-lo. Desde a quinta-feira (24), estão presas temporariamente pessoas ligadas ao prefeito e também familiares de Félix, entre eles a primeira-dama e os dois filhos do casal. A prisão foi decretada por suspeita de envolvimento dos investigados com um esquema de sonegação de impostos, lavagem de dinheiro, furto qualificado, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
O pedido de instauração da comissão e o afastamento do prefeito por três meses foram protocolados no fim da tarde desta segunda-feira (28) e aprovados nesta noite, durante sessão ordinária na Câmara. Os 13 vereadores presentes votaram favoráveis aos dois requerimentos e, com isso, assim que for oficialmente notificado da decisão, Sílvio Félix estará fora da Prefeitura de Limeira por 90 dias.
Isso deve ocorrer, segundo os vereadores, nesta terça (29) ou quarta (30), quando os autos da votação deverão ser encaminhados ao Executivo para posterior publicação no Diário Oficial.
Durante a votação, o vereador de oposição Ronei Martins (PT) interrompeu a sessão e tomou a palavra para dizer que recebeu a informação de que os promotores que encabeçam o caso solicitaram à Justiça, nesta noite, o pedido de prorrogação da prisão dos investigados, que se encerra à meia-noite desta segunda. Até as 18h30, os promotores estavam reunidos na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Piracicaba, também no interior de São Paulo, para decidir se optariam por prorrogar a prisão.
Investigação
A primeira-dama Constância Félix, os dois filhos (Maurício e Murilo Félix) do prefeito Sílvio Félix e outras nove pessoas são suspeitas de participar de uma organização criminosa que usava empresas de fachada em nome de laranjas para lavar dinheiro.Segundo investigação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, os laranjas não possuem renda que justifique os bens no nome deles.
Foram descobertos 50 imóveis avaliados em pelo menos R$ 21 milhões. A suspeita é de que o dinheiro usado na compra dos bens tenha sido desviado da prefeitura de Limeira.
Em entrevista na semana passada, Félix disse que tudo o que está registrado em sua família está devidamente regularizado. "Se é de alguma empresa de minha família, não há dúvida de que é lícito. Confio na Câmara Municipal de vereadores e nas investigações do MP para que tudo seja apurado. Estarei sempre à disposição", afirmou na ocasião.