- Do G1, com informações da TV CMN - Policiais usam balas de borracha e controlam manifestação na BR-070
Coronel da PM de Goiás calcula que cerca de 15 ônibus foram depredados.
Prefeito acredita que disparidade com DF causa revolta na população.
Um dos ônibus queimados por manifestantes na BR-070. Foto: Reprodução/TV Globo.
Terminou por volta das 8h45 desta terça-feira (13) a manifestação na BR-070, via de ligação entre o Distrito Federal e a cidade de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF.
O protesto começou por volta das 5h20, a 40 quilômetros de Brasília, indica o coronel
José Luiz Biano, da Polícia Militar de Goiás.
De acordo com informações da polícia, os manifestantes protestam contra as condições do transporte público da região.
Um dos motivos foi a revolta da população por causa de mais uma morte na BR-070, Maria Helena Silva Fragoso de 37 anos atravessava a via quando foi atropelada por um carro e morreu na hora, ela vinha do trabalho.
A população revoltada ateou fogo em três ônibus. Foto: TV CMN.
Segundo o coronel Biano,
cerca de 15 ônibus foram depredados pelos manifestantes, sendo que três deles foram totalmente destruídos após serem incendiados. Os bombeiros do DF trabalharam para conter o fogo.
A revolta tomou conta da BR 070 em Águas Lindas de Goiás. Foto: TV CMN.
“Os policiais usaram bala de borracha para conter os manifestantes e tiros foram disparados nos pneus dos ônibus que estavam sendo arrastados pelas pessoas que protestavam”, indica o coronel.
De acordo com a Polícia Civil pelo menos duas pessoas foram detidas e levadas para o Centro Integrado de Atendimento e Despacho (Ciops.
O prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias (PP), afirmou ao G1 nesta terça-feira que ia se juntar aos manifestantes. “Estava indo para Goiânia e voltei por causa do protesto.
Estou indo gritar também. Quem tem poder de negociação ali é o governo federal, o Dnit”, disse Messias.
O prefeito de Águas Lindas de Goiás, Geraldo Messias se juntou aos manifestantes. Foto: G1.
Ele contou que, no início deste mês, houve uma reunião entre o Ministério da Integração e os governos de Goiás e do DF.
“Avisei que era um barril de pólvora, pedi para termos um tratamento diferenciado, de região metropolitana, mas eles disseram que não era possível”, contou.
Segundo o prefeito, na mesma reunião, as autoridades afirmaram que o
PAC do Entorno, previsto para enviar
recursos para a região em julho de 2012, segundo o prefeito, iria melhorar principalmente a infraestrutura e a segurança das cidades que circundam o Distrito Federal.
‘Céu e inferno’O prefeito Geraldo Messias acredita que a diferença de realidade entre o Distrito Federal e o Entorno é a grande causadora da revolta da população.
“A população que mora no Entorno passa a semana inteira trabalhando no Distrito Federal, vendo uma realidade de conforto, mas chega em casa à noite ou no fim de semana, e encontra um bolsão de miséria, um lugar sem asfalto, saúde ou educação. É desproporcional.
A pessoa está no céu, passa uma ponte, e cai no inferno.”
O preço das passagens de ônibus foi citado pelo prefeito como mais um problema. “Precisamos de transporte intermunicipal e não interestadual. Pagamos R$ 4,50 para andar 50 quilômetros, enquanto no DF paga-se R$ 3 para andar até 80 quilômetros”, calcula.
De acordo com Messias, a cidade de Águas Lindas conta com orçamento de cerca de R$ 5 milhões e tem 250 mil habitantes.
Mais informações no site da TV CMN: www.tvcmn.com.br
Veja mais fotos (do G1) da revolta: