- Do G1/Globo - PM e bombeiros decidem rumo do movimento grevista no domingo.
Sindicatos da Polícia Civil farão nova assembleia na quarta-feira.
O inspetor da Polícia Civil e diretor do Sindpol, Francisco Chao, informou neste sábado (11) que a corporação suspendeu a greve. No entanto, Bombeiros e Polícia Militar continuam com o movimento grevista, aprovado em assembleia por duas mil pessoas na noite de quinta-feira (9).
"O momento é critico, não estamos diante de uma greve e sim de uma crise. Eu falo pela Civil, não pelos bombeiros ou PM. É muito difícil falar em movimento revindicatório sem adesão. Segurança para a sociedade está em primeiro lugar. Por cautela e respeito, a melhor decisão é suspender. Quem encerra movimento grevista é a categoria. É em homenagem a minha categoria que nós estamos suspendendo momentaneamente a greve da Civil", disse o Chao.
"Estamos suspendendo, não encerrando o movimento. A decisão é da categoria, e não do sindicato. Vamos fazer uma assembléia na quarta-feira e deliberar sobre o movimento. Sempre ficou estabelecido que a sociedade nao ficaria desguarnecida. Nao estamos cancelando a greve, mas vamos consultar nossa categoria na assembléia", afirmou Chao.
Polícia Civil anuncia suspensão da greve em coletiva neste sábado (Foto: Thamine Leta/G1).
Cristiane Daciolo, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, que está preso, falou durante coletiva em nome dos bombeiros. "Em momento nenhum a orla foi desguarnecida. Os bombeiros trabalharam sem uniforme. Foi um ato de protesto. Não posso terminar uma greve em nome dos bombeiros, por que foi decido em uma assembléia", afirmou Cristiane.
"Hoje eu não defino como está o movimento. Eu vou deixar no ar, por conta de um ato que faremos amanhã (domingo) em Copacabana. Lá decidiremos se a greve dos bombeiros vai continuar ou não. Nunca foi de interesse dos bombeiros a greve. Estamos há nove meses tentando dialogo com o governo. Eu estou aberta, e disponível, pois os líderes foram presos. Na terça, vou recorrer à esfera federal. Se me contactarem até segunda à noite, nós queremos voltar a normalidade, queremos justiça. Na assembléia de amanhã que vamos decidir a greve", afirmou Cristiane Daciolo.
Segundo a PM, o rumo do movimento também será decidido no domingo em assembleia.
Presos
Em nota neste sábado o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro informou que oito de 11 mandados de prisão emitidos para bombeiros representantes do movimento de greve já foram efetuados. Os envolvidos estão sendo levados para o presídio de Bangu 1, onde já se encontra o Cabo BM Benevenuto Daciolo.
Pela manhã, 39 guarda-vidas foram detidos por falta ao serviço no Grupamento Marítimo (GMar) da Barra da Tijuca. Na sexta-feira (10), 123 guarda-vidas foram indiciados por falta ao serviço e presos administrativamente. Portanto, até o momento, 12 bombeiros estão em Bangu 1 e 162 guarda-vidas estão em quartéis cumprindo medida disciplinar.
Na noite de sexta, a Polícia Militar informou que 17 policiais permanecem presos por aderir ao movimento grevista. Destes, dez policiais tiveram a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) por conclamar e incitar a greve. Outros sete PMs foram autuados em flagrante por crime de desobediência, ainda segundo a PM. Um policial que já teve a prisão preventiva decretada pelo TJ-RJ ainda não foi preso.
Sábado tranquilo
O clima é de tranquilidade neste sábado (11) em vários bairros do Rio de Janeiro. Apesar do movimento grevista de policiais e bombeiros do estado, o patrulhamento nas ruas e o atendimento em delegacias é considerado normal, segundo as polícias Civil e Militar.
No entanto, vários postos de guarda-vidas da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, estavam sem bombeiros pela manhã.
As placas de sinalização para os banhistas permaneceram nos postos e o helicóptero dos bombeiros fazia o sobrevoo no local. Na Zona Sul, a maioria dos postos estava com guarda-vidas. Na sexta-feira (10), 123 guarda vidas faltaram ao serviço, e segundo o comando da corporação, foram presos administrativamente.
Na Zona Norte, o policiamento era normal. Segundo moradores da Tijuca, desde o início da paralisação não houve problemas no patrulhamento da região.
Madrugada tranquila
Durante a madrugada, a equipe de reportagem do RJTV encontrou policiais militares na orla do Rio, em postos de policiamento, e em torres de segurança, como na do Elevado Paulo de Frontin. Na Lapa, no Centro, a movimentação era normal.
Na sexta-feira (10), em toda a Região Metropolitana predominou a tranqüilidade com patrulhamento muito próximo do normal, inclusive nas comunidades que tem Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).
“Houve uma tentativa de greve que não teve êxito. Exatamente porque a esmagadora maioria dos profissionais de segurança pública tem consciência do que nós fizemos e mais importante, tem consciência da responsabilidade com os 16 milhões de habitantes do nosso estado e com os milhões de turistas que estão nos visitando”, afirmou o governador do Rio, Sérgio Cabral.