- Por Maria Clara Prates, do Correio Braziliense -
Operação Laranja com Pequi, em Montes Claros (MG): esquema desviou R$ 50 milhões destinados à merenda escolar
A operação Laranja com Pequi começou em 26/6, com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada na prática de fraudes a licitações promovidas junto a prefeituras e órgãos da administração pública, especialmente no que se refere à aquisição de alimentos para presídios e merenda para escolas públicas.
Em apenas nos seis primeiros meses deste ano, a Polícia Federal constatou que, em pouco mais de 1% dos municípios brasileiros, foi desviada a cifra de R$ 330 milhões em áreas como merenda e transporte escolar, saúde e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A operação é coordenada pelo MPMG - Ministério Público de Minas Gerais, por meio das promotorias de justiça de defesa do patrimônio público de Belo Horizonte e de Montes Claros e conta com a participação da Polícia Federal, da SEF - Secretaria de estado de fazenda e da Polícia Militar.
Foram cumpridos mandados de prisão temporária e busca e apreensão em residências e empresas.
As investigações apontam a fraude em licitações, superfaturamento ou emissão de notas fiscais frias em 60 prefeituras de todo o país. Em Minas Gerais, estado com maior número de municípios do Brasil, 37 prefeituras sofreram uma devassa em razão das fraudes.
Desde janeiro, 11 operações da PF em todo o país tiveram alvo específico nos recursos públicos destinados às administrações municipais. Em uma única operação, a Máscara da Sanidade, deflagrada em 21 de junho, 36 administrações municipais, todas do norte de Minas, foram pilhadas favorecendo empreiteiras em licitações para a realização de obras, que consumiram cerca de R$ 100 milhões.Cinco dias depois, foi a vez de Montes Claros, na mesma região, receber uma operação da PF, a Laranja com Pequi, em razão de fraude em licitação da merenda escolar e refeições para presidiários. O valor: R$ 50 milhões. Isso significa que só em Minas foram abocanhados em golpes, segundo as investigações da PF, R$ 150 milhões, ou 45% do total apurado no país.