Ele é acusado de lesão corporal grave e pela morte de duas mulheres
Caron atuava como cirurgião plástico,
mas não tinha especialidade na área.
- Do G1/Bom Dia Brasil - O ex-médico Marcelo Caron foi preso na noite de sábado (11) ao passar por uma barreira policial em uma estrada do Rio Grande do Norte, perto da divisa com a Paraíba.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, foi cumprido um mandado de prisão preventiva do ex-médico, pela acusação de lesão corporal grave.
Caron estava sozinho no carro, segundo a polícia, e foi levado ao Centro de Detenção Provisória de Pirangi, em Natal.
Além do processo pelo qual foi preso, ele ainda é acusado da morte de duas mulheres no Distrito Federal. Seu advogado afirmou que vai tentar anular o pedido de prisão preventiva.
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Em fevereiro deste ano, ele foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelo crime de lesão corporal, além de pagar indenização no valor de R$ 10 mil a uma paciente.
Por unanimidade, os cinco desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás proferiram a sentença contra o acusado de ter causado sequelas a uma mulher que se submeteu a cirurgias plásticas no abdômen e na mama, em Goiânia. Cabe recurso da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).ProcessoMarcelo Caron é suspeito de provocar a morte de seis pacientes – quatro em Goiás e duas no Distrito Federal. Ele foi processado 25 vezes na Justiça de Goiás e ainda possui quatro processos por homicídio, um por estelionato, além das 19 acusações por lesão corporal. Embora tenha sido condenado pela Justiça do DF pela morte de duas pacientes, nenhum dos processos chegou a ser finalizado.
Segundo a acusação, a advogada Janet Virgínia Novaes Figueiredo sofreu perfuração do intestino durante o procedimento. O processo também afirma que, na ocasião, Caron não era residente em cirurgia plástico, mas sim estagiário. Ele teria falsificado um documento para fazer constar, em seu currículo, a residência em cirurgia plástica.
Antes do início do julgamento, a defesa do ex-cirurgião pediu o adiamento da sessão, informou o Tribunal de Justiça. Os advogados Douglas Dalto Messora e Rodrigo Lustosa Pinto afirmaram que não houve análise dos prontuários médicos de Figueiredo durante o inquérito policial.
Mesmo com a objeção da defesa, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara optou por prosseguir com o julgamento.
No total, Caron é acusado de ter matado três mulheres em Goiânia, incluindo Figueiredo, e duas mulheres em Brasília --incluindo a estudante de fisioterapia Grasiela Murta Oliveira, 26, pela qual ele também irá a júri popular. O ex-médico teria mutilado mais 40 mulheres.
O CRM-GO (Conselho Regional de Medicina de Goiás) cassou o registro profissional de Caron em junho de 2002.
O ex-médico é natural de São José do Rio Preto (SP), mas clinicava em
Goiânia e Distrito Federal. Ele não tinha especialização em cirurgia plástica e teve o registro profissional cassado pelo Conselho Federal de Medicina. Apesar disso, continuou a realizar lipoaspirações em seu consultório, provocando complicações na maioria dos procedimentos.
Atualmente, o ex-cirurgião plástico mora na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte.