Segundo denúncias, o parlamentar usa o mandato em benefício das empresas e igreja
- Por Adriana Caitano, do Correio Braziliense - Grupo de parlamentares deve apresentar representação à corregedoria da Câmara dos Deputados, contra a permanência do pastor Marco Feliciano, acusado de racismo e homofobia, na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM).As denúncias do Correio, sobre o uso do mandato de Feliciano em benefício das empresas e igreja do religioso, embasam a intenção.
"Há sérios indícios e elementos suficientes que apontam para o uso do mandato do pastor para benefício privado", diz Chico Alencar (Psol-RJ).
Na tarde desta terça-feira (12/3), o grupo que se opõe ao pastor na presidência do colegiado se reúne para debater estratégias. Dentre os parlamentares estão Domingos Dutra (PT-MA), que era presidente da comissão, Jean Willys e Ivan Valente (PSOL) e Luisa Erundina (PSB-SP).
Eles pretendem apresentar mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a sessão de quinta-feira passada (7/3), em que Marco Feliciano foi eleito. O argumento é de que a decisão de manter a reunião a portas fechadas não poderia ter sido tomada por Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados, mas sim pela comissão.
Outra questão reclamada pelos deputados, é que a composição da comissão não respeitaria a proporcionalidade dos partidos na Câmara. Dos 18 integrantes, cinco titulares e três suplentes são do PSC. O PSDB e o PT cederam vagas para o partido do pastor Feliciano. Os parlamentares pretendem então recorrer à presidência da Casa.
"Impacto na sociedade"Também nesta terça-feira (12/3), representandes do PSC se reúnem. Na pauta, o "impacto na sociedade" da escolha do pastor Marco Feliciano como presidente da CDHM. André Moura, liderança do partido, contudo, negou que o PSC irá reavaliar a permanência do pastor, indicado para o cargo, limitando-se a analsar "manifestações contra e a favor da decisão".