- Por Ana Flor e Hugo Bachega, da Reuters - Sindicatos avaliam que cerca de 350 mil servidores já aderiram às paralisações em todo o País; dentre as reivindicações estão aumento salarial e melhores condições de trabalho Em mais uma semana de queda de braço entre a presidente Dilma Rousseff e servidores federais em greve, o governo tenta conter a ampliação do movimento, que já dura dois meses, para setores estratégicos, como Polícia Federal e Receita, e poderá fazer novas propostas a categorias nos próximos dias, disseram à Reuters fontes governamentais.
Servidores públicos protestam por melhores salários. Antonio Cruz/ABr.
O desafio do Planalto é resistir à pressão por aumento de gastos diante do cenário externo adverso e a desaceleração da economia brasileira, que podem ameaçar o esforço fiscal, enquanto sindicatos pedem por novas propostas para que as negociações avancem.
Categorias como Vigilância Sanitária, também em greve, e Receita Federal, que iniciou operação-padrão em portos, já afetam a entrada e saída de produtos do país. Servidores de diversos ministérios, agências reguladoras e Eletrobras também estão parados.
Para o novo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, o problema tem sido a ausência de negociação por parte do governo.
"A greve não pode transcorrer sem que o governo faça propostas... Propostas econômicas, no sentido de estabelecer o processo de negociação, disse ele. "No caso dos docentes, há uma proposta... O que não ocorre com outros setores em greve, porque não há nenhuma proposta efetuada."
Dilma determinou como prioridade a Educação e militares de baixa patente, por considerar as categorias mais defasadas, disseram assessores do Planalto, que falaram à Reuters sob condição de anonimato. Segundo eles, a presidente descarta ampliar a outros servidores reajuste como o oferecido aos docentes --que rejeitaram a proposta feita há cerca de 10 dias.