Objetivo do governo é tirar poder de decisão de entidades como a CUT nas negociações setoriais que começam na semana que vem
- Por João Domingos, de O Estado de S. Paulo - Pressionada pela série de paralisações pelo País, a presidente Dilma Rousseff pretende isolar a CUT e outras centrais que comandam as greves em 30 setores do governo federal com as negociações em separado com os servidores. A estratégia é neutralizar o poder de mobilização das entidades.
Dilma discursa em evento em Belo Horizonte onde houve manifestações. Marcos de Paula/AE.
Dentro do governo, as informações de bastidores são de que a presidente está muito irritada com a CUT, braço sindical do PT, por entender que, de todas as entidades representativas de trabalhadores, deveria ser a primeira a compreender o momento de crise econômica mundial e a queda na arrecadação de impostos.
A CUT, porém, "fugiu do controle", na avaliação de integrantes do governo. A central sindical é ligada à Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), um dos principais pilares da greve. A entidade tem entre seus associados os sindicatos de servidores federais e os que controlam as grandes agências reguladoras.
No caso dos professores e servidores universitários, os primeiros a entrar em greve, ainda em maio, a central que comanda a mobilização é a Conlutas, controlada pelo PSTU e pelo PSOL, partidos de oposição a Dilma.