- Do Estadão - Citado em interceptações telefônicas do grupo de Carlinhos Cachoeira como o "Magrão" e o "01 de Brasília", o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), começou a ser investigado pelo Superior Tribunal de Justiça, no inquérito aberto a pedido do Ministério Público.
O ministro Francisco Falcão, relator do inquérito, autorizou ontem a realização do primeiro lote de diligências pedidas pelo MP, inclusive busca e apreensão de documentos para serem analisados. O relator, porém, manteve a investigação sob segredo de Justiça e não revelou os alvos das buscas e o teor das diligências.
O governador nega as acusações e diz que elas são “tentativas desesperadas” de incluir PT no escândalo.
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Desencadeada em 29 de fevereiro, a Operação Monte Carlo desmantelou uma quadrilha acusada de corrupção, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e exploração de jogos ilegais em Goiás e no DF. Foram presas 35 pessoas, entre elas Cachoeira, único que permanece detido.O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), teria tentado negociar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira segundo grampos telefônicos divulgados pelo jornal “O Estado de S.Paulo”; diálogos gravados pela PF também indicam suposta cobrança de propina no governo do DF em relação a contratos de lixo.
Em junho, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao STJ autorização para investigar os
governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e Agnelo Queiroz do DF. Para Perillo, foi sorteado como relator o ministro Humberto Martins, que já determinou a realização de diligências pedidas pelo MP.
As interceptações mostraram ainda contatos da quadrilha com membros do governo do DF para obtenção de contratos nos serviços de coleta de lixo e de exploração da bilhetagem eletrônica do transporte público. Agnelo confirmou as tentativas da quadrilha, mas negou que seu governo tenha cedido às pressões do esquema.